A análise da Fiocruz revelou um crescimento alarmante dos desastres climáticos no Brasil entre 2020 e 2023, com o número de eventos mais que dobrando, de quase 3 mil para 6.772. Essas ocorrências têm gerado um impacto significativo na saúde pública, aumentando de 54 mil para 157 mil o número de pessoas que adoeceram em áreas afetadas. Além disso, o número de brasileiros atingidos de alguma forma por esses desastres subiu de 21 milhões para 48 milhões, com consequências diretas como o aumento de doenças transmitidas por água e vetores, além de problemas de saúde mental.
O estudo destaca que as inundações têm levado a um aumento na incidência de leptospirose, hepatite A e dengue, além de complicações de saúde a longo prazo, como infartos e AVCs. Particularmente na Amazônia Legal, as queimadas têm contribuído para um aumento nas internações por problemas respiratórios, passando de 3,3 mil em 2021 para 9,3 mil em 2023. A elevação da temperatura também está relacionada ao aumento significativo de casos de dengue em regiões como o Rio Grande do Sul, onde a doença nunca foi uma preocupação antes.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de adaptar o sistema de saúde para torná-lo mais resiliente frente a esses desafios, ressaltando que a agenda sobre a crise climática deve ser abordada de forma integrada pelos governantes. A falta de ação eficaz pode levar a um ponto de ruptura, com impactos diretos sobre a capacidade de resposta do sistema de saúde e o bem-estar da população.