Desde agosto, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo nos casos de influenza B, um dos vírus responsáveis pela gripe. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a participação deste patógeno nos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) saltou de quase 0% no final de julho para 12% dos casos e 13% das mortes até o último boletim de 25 de outubro. Apesar de a influenza B ocupar a segunda posição em mortes por SRAG, atrás apenas da Covid-19, houve uma leve queda nos casos em laboratórios privados nas últimas semanas.
Além do aumento na taxa de infecções, fatores sazonais e a baixa adesão à vacinação também contribuem para a disseminação do vírus. Até o final de outubro, apenas 52% do público-alvo, que inclui crianças, gestantes, puérperas e idosos, havia sido vacinado. Os especialistas alertam que a proteção conferida pela vacina dura entre seis a doze meses, reforçando a necessidade de imunização anual. Os sintomas da influenza B incluem febre, calafrios, dor de garganta, entre outros, e complicações podem ocorrer em grupos de risco.
A mudança na sazonalidade dos vírus respiratórios, que normalmente apresentam picos no outono e inverno, e a combinação de fatores como temperatura e aglomeração em ambientes fechados também influenciam o aumento dos casos. A infectologista Emy Akiyama Gouveia aponta que, em anos anteriores, houve episódios semelhantes, como o crescimento inesperado de casos de gripe e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no verão de 2021. A vacinação contra a gripe permanece uma ferramenta crucial para reduzir hospitalizações e mortes relacionadas à influenza.