A escassez de azeitonas na Europa, resultado de uma seca intensa, causou uma disparada nos preços do azeite de oliva no Brasil, transformando o produto em um artigo de luxo. A produção nacional é limitada, fazendo com que o país dependa fortemente das importações, principalmente de Portugal e Espanha, que juntas representam mais de 50% do azeite consumido no Brasil. Com a produção espanhola caindo drasticamente de 1,5 milhão de toneladas para cerca de 600 mil entre as safras de 2021/22 e 2022/23, os preços no Brasil alcançaram um pico em junho de 2023, com um aumento de 50%.
Embora haja uma expectativa de recuperação da produção de azeitonas na Europa em 2023, os benefícios dessa melhora podem demorar a se refletir em preços mais baixos no Brasil. Estima-se que a produção de azeite na Europa cresça 32% em relação a 2023, com a Espanha projetando uma oferta de 1,4 milhão de toneladas na safra 2024/25. No entanto, o professor Carlos Eduardo de Freitas Vian alerta que, devido à dependência das importações, a redução dos preços no mercado internacional pode levar alguns meses para chegar ao consumidor brasileiro.
Para mitigar essa dependência, especialistas recomendam um planejamento para aumentar a produção nacional de azeite, que atualmente ocupa apenas 7 mil hectares. O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura sugere que, se o Brasil tivesse investido mais no cultivo de oliveiras e no processamento de azeite, poderia ter alcançado a autossuficiência. Além disso, consumidores devem estar atentos a possíveis fraudes e promoções enganosas, desconfiam de preços muito abaixo da média do mercado e evitem a compra de azeite vendido a granel.