O dólar voltou a subir, superando a marca de R$ 5,70 no mercado à vista, influenciado pela valorização da moeda americana e pelos rendimentos dos Treasuries, marcando o terceiro dia de alta consecutiva. A expectativa dos investidores em relação a cortes moderados nas taxas de juros nos Estados Unidos se combina com preocupações sobre uma possível vitória eleitoral de um candidato republicano, que poderia trazer um aumento do protecionismo comercial, especialmente contra México e China, além de potenciais cortes de impostos que poderiam impulsionar a inflação. Em meio à falta de indicadores relevantes, o cenário fiscal brasileiro continua a gerar incertezas.
Especialistas destacam que o nível de gastos públicos no Brasil está acelerado, gerando preocupações sobre o endividamento do país. O ministro da Fazenda indicou que mais reuniões serão realizadas com outros membros do governo para definir propostas que visem o saneamento das despesas públicas, as quais devem ser apresentadas após sua viagem a Washington para os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial. No dia 22, o dólar à vista apresentou uma leve alta de 0,12%, alcançando R$ 5,6973, enquanto as expectativas para a divulgação do IPCA-15 de outubro indicam uma aceleração significativa nos preços, em grande parte devido ao aumento nas tarifas de energia e nos alimentos.
Na manhã de 23 de outubro, o dólar à vista subia 0,44%, cotado a R$ 5,7222, e o contrato para novembro também registrava alta. O mercado está atento aos eventos programados em Washington, que incluem discursos de importantes autoridades financeiras, assim como a divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve. A expectativa é de que as oscilações do dólar e dos juros permaneçam mais estreitas à medida que os investidores aguardam novos dados sobre a inflação, com o mercado projetando uma alta significativa no IPCA-15.