Em 2024, até agosto, mais de R$ 6,5 milhões em multas foram aplicados em Fernando de Noronha, refletindo um aumento significativo nas infrações ambientais na ilha. Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destacam a preocupação com o turismo crescente, especialmente impulsionado por influenciadores digitais, que têm contribuído para uma maior demanda por espaços turísticos, colocando em risco a conservação ambiental. O fenômeno do “turismo de Instagram” tem atraído visitantes em massa, gerando um cenário onde as regras de conservação nem sempre são respeitadas.
A ilha, reconhecida como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco desde 2001, enfrenta desafios na gestão do fluxo de turistas. O controle do número de visitantes, que não deve ultrapassar 11 mil por mês, está sendo testado, especialmente após a pandemia, quando o interesse por Noronha aumentou consideravelmente. Apesar das restrições existentes e da Taxa de Preservação Ambiental, os dados indicam que o número de turistas frequentemente excede o limite estabelecido, levantando a necessidade de novas medidas para preservar a biodiversidade local.
Além dos impactos do turismo, a construção irregular de pousadas e bares também é uma questão premente, com multas relacionadas a ocupações não autorizadas representando a maioria das infrações. O ICMBio está em alerta constante, buscando coibir as práticas que ameaçam a integridade da área protegida. O diálogo entre o órgão fiscalizador e os prestadores de serviços turísticos é visto como essencial para alinhar a conservação ambiental com as expectativas econômicas, garantindo um futuro sustentável para Fernando de Noronha.