A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que 2023 foi o ano mais seco em mais de três décadas para os rios do mundo, com recordes de calor que exacerbaram a seca e contribuíram para estiagens prolongadas. A entidade destacou a maior perda de massa de glaciares em 50 anos, o que pode comprometer a segurança hídrica de milhões de pessoas a longo prazo. Em meio a esse cenário, cerca de 3,6 bilhões de pessoas já enfrentam acesso inadequado à água durante pelo menos um mês por ano, e esse número pode subir para 5 bilhões até 2050.
O fenômeno climático El Niño, que aumenta as temperaturas, começou a mostrar seus efeitos em 2023, com metade do mundo enfrentando condições de fluxo de rios secos. As mudanças no ciclo hidrológico tornaram-se mais erráticas, resultando em chuvas, inundações e secas extremas, que impactam negativamente a vida, os ecossistemas e as economias. Regiões como o sul dos Estados Unidos, América Central e países da América do Sul, incluindo Brasil e Argentina, vivenciam secas generalizadas e níveis alarmantemente baixos de água em áreas críticas como a Amazônia e o Lago Titicaca.
Com 2023 também marcando o ano mais quente já registrado, os sinais de alerta são claros para a possibilidade de um novo recorde anual em 2024. Especialistas enfatizam que a magnitude da seca e o aumento das temperaturas exigem uma resposta urgente e coordenada para mitigar os impactos das mudanças climáticas e assegurar o acesso à água para as gerações futuras.