O Brasil tem visto um crescimento significativo nas guardas civis municipais, com o número de cidades que mantêm essas corporações subindo de 1.188 em 2019 para 1.322 em 2023. Esse aumento ocorre em um contexto de queda no efetivo das polícias militar e civil, que registraram uma diminuição de 4,4% e 7,9%, respectivamente. A pesquisa realizada pelo IBGE também revelou que a função de patrulhamento nas ruas assumiu um papel cada vez mais importante, ultrapassando a segurança de eventos e tornando-se a segunda maior atribuição das guardas civis, logo após a proteção de bens e prédios públicos.
Além do aumento no número de guardas civis, também cresceu a proporção de guardas armadas, que passou de 22% para 30% do total entre 2019 e 2023. Esse fenômeno é mais acentuado em cidades menores, especialmente nas regiões Norte do Brasil, onde a violência tem se tornado uma preocupação crescente. Candidatos a prefeitos nas capitais também estão respondendo a essa demanda, com 30% deles prometendo ampliar as guardas civis e 15% prevendo aumentar a quantidade de armas disponíveis para essas forças.
Em um cenário mais amplo, as pesquisas de segurança pública indicam que, apesar do aumento nas guardas civis, houve uma redução nas estruturas voltadas para a promoção dos direitos humanos nos municípios, com 25% a menos de cidades mantendo secretarias específicas para esse tema. Enquanto isso, o combate à insegurança alimentar está se expandindo, refletindo um foco maior em políticas sociais e assistência, especialmente em resposta a parcerias com o governo federal. A análise dos dados revela uma necessidade contínua de equilibrar segurança e direitos humanos nas políticas públicas brasileiras.