O volume de denúncias de casos de LGBTQIA+fobia no Brasil tem aumentado significativamente, com 5.741 registros até setembro deste ano, em comparação a 6.070 no ano anterior. A maioria das denúncias vem de homens gays, embora pessoas transexuais e travestis sejam as principais vítimas. O crescimento das denúncias é atribuído à maior conscientização e ao fortalecimento das vozes da comunidade LGBTQIA+, que têm buscado reconhecer e reivindicar seus direitos em um contexto de crescente polarização social e política.
Os dados revelam que, em 2022, 11.120 pessoas LGBTQIA+ foram vítimas de agressão devido à sua orientação sexual ou identidade de gênero, com a maioria das ocorrências envolvendo pessoas transexuais e travestis. Além da violência física, muitos casos de discriminação ocorrem em ambientes familiares e entre conhecidos, refletindo uma cultura de intolerância enraizada. A violência não se limita a agressões físicas; também inclui discriminação institucional, com pessoas LGBTQIA+ enfrentando desrespeito e negligência ao buscar assistência em serviços de saúde.
Em resposta a essa crescente violência, a legislação brasileira tem avançado, equiparando a LGBTQIA+fobia ao racismo e tornando crimes motivados por homofobia ou transfobia considerados hediondos. Recentemente, ofensas à comunidade foram enquadradas como injúria racial, o que traz novas medidas punitivas para proteger os direitos dessa população. No entanto, especialistas afirmam que apenas a legislação não é suficiente; é necessário um compromisso social e educacional para enfrentar a discriminação e promover a aceitação da diversidade.