O relatório da XP divulgado em 21 de outubro indica que o número de ações a descoberto no Ibovespa subiu de 5,5% para 6,2%, impulsionado principalmente pelos setores do agronegócio e financeiro. O valor total das posições a descoberto atingiu R$ 98,2 bilhões, evidenciando um sentimento de cautela entre os investidores institucionais em relação às ações. Historicamente, uma taxa de short interest acima de 10% é considerada elevada, sugerindo que os investidores esperam uma queda nos preços das ações.
O setor do agronegócio destacou-se com um aumento no short interest, que passou de 5,4% para 7,5% em duas semanas, sendo a Boa Safra (SOJA3) a empresa com o maior índice, atingindo 8,1%. Essa tendência reflete preocupações sobre um ciclo negativo nas commodities agrícolas, que poderia resultar em pedidos de recuperação judicial por parte de algumas empresas do setor. O analista João Daronco observa que o aumento da aposta contra o agronegócio pode ser uma resposta a esses desafios enfrentados.
Além disso, o setor bancário também registrou crescimento no short interest, subindo de 2,2% para 4,1%. O Santander (SANB11) foi o principal responsável por essa elevação. O aumento do aluguel de ações para as corretoras, combinado com taxas de juros elevadas, torna as operações de short selling mais atraentes, mas também acarreta riscos significativos para investidores despreparados, especialmente em um cenário onde os ativos podem valorizar.