Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelam que, a cada três horas, um médico é vítima de violência em estabelecimentos de saúde no Brasil. O levantamento, que analisou boletins de ocorrência de 2013 a 2024, mostra um aumento preocupante nas queixas de agressões, com 38 mil casos registrados, sendo 47% deles contra mulheres. Em 2023, o número de ocorrências alcançou um recorde histórico, refletindo uma média de nove casos diários de violência contra médicos em seus locais de trabalho.
Os dados indicam que 66% dos incidentes ocorrem em municípios do interior, com pacientes e seus familiares sendo os principais autores das agressões. Estados como São Paulo e Paraná apresentam os maiores índices de violência, com a capital paulista concentrando a maior parte das ocorrências, sendo que 45% dos ataques ocorreram dentro de hospitais. Em contrapartida, Minas Gerais também se destaca com uma quantidade significativa de registros de violência, especialmente em Belo Horizonte.
Diante dessa realidade alarmante, o CFM orienta os médicos a adotarem medidas de proteção, como registrar ocorrências em delegacias e informar as diretorias das unidades de saúde sobre situações de ameaça ou agressão. Essas diretrizes visam não apenas garantir a segurança dos profissionais, mas também destacar a necessidade de um ambiente de trabalho mais seguro nas instituições de saúde brasileiras.