O mercado de renda fixa no Brasil tem observado um crescimento significativo na participação de pessoas físicas em títulos isentos de Imposto de Renda (IR), como debêntures incentivadas e certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) e imobiliário (CRI). De acordo com dados da Anbima, o número de subscritores dessas ofertas primárias já se aproxima do total registrado em 2023, com 616 participantes até setembro deste ano. Esse aumento contínuo, que começou em 2020 com 83 subscritores e alcançou 638 em 2023, reflete uma democratização do acesso ao mercado financeiro.
As debêntures se destacam como um dos principais ativos dentro deste cenário, representando 58,2% das emissões no mercado de renda fixa e híbridos, totalizando R$ 541,9 bilhões até agora. O aumento do interesse por fundos de investimento, que absorveram 47,8% das ofertas primárias, tem sido um fator relevante para o bom desempenho desses papéis. Além disso, a Anbima reporta que ao menos 110 emissões superaram R$ 1 bilhão, evidenciando a robustez e a maturidade desse instrumento no mercado.
O panorama atual indica que as pequenas e médias empresas estão se tornando cada vez mais ativas no mercado de capitais, superando as ofertas das empresas de capital aberto. O diretor da Anbima, César Mindof, ressalta que essa evolução é significativa, pois as debêntures oferecem um prazo médio maior e impulsionam o financiamento de infraestrutura no país, que tende a se tornar mais relevante nos próximos anos.