Desde o início de outubro, a cotação do dólar no Brasil apresentou uma alta de R$ 0,25, passando de R$ 5,45 para R$ 5,70. Segundo um relatório da LCA Consultores, 60% desse aumento é atribuído a fatores externos desfavoráveis, enquanto os restantes 40% decorrem da depreciação do real, relacionada principalmente a incertezas fiscais internas. Essa situação reflete uma transição de um estado de euforia no mercado, após a reunião do Federal Reserve em setembro, para um ambiente de apreensão, influenciado por dados que mostram um mercado de trabalho robusto nos Estados Unidos e um consumo familiar dinâmico, que impactam a inflação.
Além disso, a proximidade das eleições nos EUA, com uma probabilidade significativa de uma vitória republicana, aumenta as preocupações sobre o futuro econômico. As propostas de políticas fiscais apresentadas por candidatos republicanos podem resultar em um aumento do déficit fiscal e pressão adicional sobre a inflação. Esse cenário político desafiador tem pressionado as taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA, o que, por sua vez, fortalece o dólar nos mercados internacionais e contribui para a valorização da moeda norte-americana em relação ao real.
Por fim, os analistas da LCA ressaltam que, apesar das expectativas do governo em reafirmar seu compromisso com o arcabouço fiscal, é improvável que as incertezas, tanto internas quanto externas, se resolvam no curto prazo. A análise sugere que as flutuações na cotação do dólar estão ligadas a um ambiente internacional volátil e a fatores internos, destacando a necessidade de uma atenção contínua ao cenário econômico em evolução.