O Brasil enfrentou um aumento significativo nas queimadas entre janeiro e setembro de 2024, com 22,38 milhões de hectares devastados, um crescimento de 150% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Amazônia foi a mais afetada, representando 51% do total, com 11,3 milhões de hectares queimados, sendo 73% dessa área composta por vegetação nativa. Entre as regiões mais impactadas, o Mato Grosso liderou, seguido pelo Pará e Tocantins, enquanto setembro registrou o maior número de queimadas, com 10,65 milhões de hectares comprometidos.
O impacto das queimadas não se limitou à Amazônia; o Cerrado também sofreu, com 4,3 milhões de hectares queimados em setembro, marcando um aumento de 117% em relação ao ano anterior. O Pantanal observou uma variação alarmante de 2.306% na área queimada, em comparação à média dos últimos cinco anos. Apesar dessas altas, a Mata Atlântica teve 896 mil hectares queimados, com a cana-de-açúcar sendo a cultura mais prejudicada, enquanto o Pampa e a Caatinga apresentaram reduções nas áreas afetadas.
Os especialistas atribuem a gravidade da situação à severidade do período de seca na Amazônia, exacerbado pelas mudanças climáticas. A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) destacou que as condições climáticas atuais têm contribuído para a intensificação dos incêndios, refletindo uma crise ambiental crescente que demanda atenção urgente e ações eficazes para mitigação e recuperação das áreas afetadas.