A exportação de café no Brasil enfrenta sérios desafios devido a atrasos e mudanças frequentes nas escalas de navios, resultando em um acúmulo de 2,155 milhões de sacas de café sem exportação até setembro, conforme levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Com o preço médio de US$ 269,40 por saca e a cotação do dólar a R$ 5,54, o país deixou de receber aproximadamente US$ 580,55 milhões em receitas cambiais durante este período.
Os exportadores enfrentam custos adicionais significativos, estimados em R$ 5,938 bilhões, devido a detentions, armazenagens extras e outras taxas provocadas pelos atrasos. A falta de infraestrutura adequada nos portos, especialmente para cargas conteinerizadas, agrava a situação. O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, destaca que a infraestrutura portuária não evoluiu na mesma proporção que o setor agropecuário, evidenciando a necessidade de melhorias para acomodar embarcações maiores.
Em setembro, cerca de 69% dos navios destinados à exportação de café apresentaram atrasos ou alterações nas escalas, afetando fortemente os principais portos do Brasil. O Porto de Santos, que lidera as exportações, registrou 84% de atrasos, enquanto o complexo portuário do Rio de Janeiro teve um índice de 58%. Esses dados refletem não apenas problemas logísticos, mas também a urgência de investimentos em infraestrutura para garantir a competitividade do setor no mercado internacional.