Um novo estudo indica que os astronautas em longas missões espaciais podem vir a se alimentar de asteroides, utilizando bactérias para converter compostos de carbono encontrados nesses corpos celestes em alimentos comestíveis. A pesquisa, publicada no The International Journal of Astrobiology, explora o potencial dos hidrocarbonetos presentes nos asteroides, que, por meio de um processo conhecido como pirólise, podem ser decompostos em substâncias que as bactérias conseguem metabolizar.
Os pesquisadores realizaram análises comparativas entre os produtos resultantes da decomposição dos hidrocarbonetos e compostos semelhantes encontrados em asteroides, sugerindo que esses materiais poderiam oferecer qualidade nutricional adequada. Utilizando o meteorito Murchison como referência, o estudo estima que um asteroide como Bennu poderia gerar entre 5,07 milhões e 239 milhões de gramas de biomassa, com um potencial máximo de até 6,56 bilhões de gramas, o que resultaria em calorias suficientes para sustentar entre 600 e 17 mil astronautas por um ano.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que ainda há muitos desafios a serem superados antes que essa abordagem se torne viável. A eficiência da digestão dos compostos de carbono pelas bactérias e a implementação prática dessa técnica em ambientes espaciais são áreas que exigem mais investigação. A pesquisa abre novas possibilidades para a alimentação humana no espaço, destacando a importância do uso sustentável dos recursos disponíveis em asteroides.