O artista de rua brasileiro Mundano inaugurou um mural de grandes dimensões em São Paulo, utilizando cinzas de queimadas e lama de enchentes para transmitir uma mensagem urgente sobre a proteção ambiental. O mural, que mede 48 por 30 metros, retrata troncos de árvores queimadas e o rosto de uma líder indígena segurando um cartaz com a frase “Pare a Destruição”. A obra destaca a devastação da Floresta Amazônica, que enfrenta incêndios sem precedentes devido à seca severa, e busca conscientizar sobre o impacto das atividades agrícolas na região.
A imagem da líder indígena retratada, Alessandra Korap Munduruku, simboliza a resistência contra a exploração das terras ancestrais pela mineração e pela expansão agrícola. Mundano criticou especificamente a atuação da empresa Cargill, que se comprometeu a erradicar o desmatamento de sua cadeia de suprimentos até 2025. No entanto, a empresa rebateu as acusações, alegando que tem acelerado seus esforços para cumprir esse compromisso. A obra se torna, assim, um espaço de diálogo sobre a responsabilidade das grandes corporações na preservação dos biomas e na mitigação das mudanças climáticas.
Além dos materiais inovadores utilizados, como argila de reservas indígenas e tinta de urucum, o mural é uma colaboração com a organização sem fins lucrativos Stand.earth. Mundano enfatizou que sua obra é um protesto não apenas contra o desmatamento, mas também contra um modelo econômico que perpetua a destruição ambiental, refletindo uma crise climática global. Essa iniciativa artística se insere no contexto maior de ativismo ambiental, unindo arte e conscientização social em um momento crítico para o Brasil e o mundo.