O fenômeno da morte de sardinhas na região da Grande São Luís, identificado por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é recorrente desde 2009, ocorrendo a cada cinco anos. Neste domingo (13), milhares de sardinhas foram encontradas mortas na orla de Raposa. O estudo relaciona a mortalidade dos peixes ao aquecimento das águas do mar, exacerbado pelas mudanças climáticas, e ao fenômeno de El Niño, que reduz a absorção de oxigênio na água, comprometendo a sobrevivência das sardinhas, que buscam se reproduzir em ambientes com níveis baixos de oxigênio.
As investigações iniciadas há seis meses procuraram identificar outras causas potenciais para a mortandade, como pesca irregular ou poluição, mas não encontraram evidências que sustentassem essas hipóteses. A Secretaria de Meio Ambiente de Raposa também descartou a culpa das redes de pesca, conhecidas como zangarias, afirmando que a ausência de marcas nos peixes confirma que a mortalidade não está ligada a práticas de pesca.
Esse evento traz sérios prejuízos à economia local, que depende da pesca e do turismo. Os pescadores expressaram preocupação com a redução da produção, uma vez que as sardinhas são uma isca vital para a captura de outros peixes. A situação afeta toda a comunidade, desde os que trabalham no transporte de gelo até os revendedores de peixe, que enfrentam dificuldades devido à escassez de produto no mercado. A expectativa dos pescadores é que a situação não se agrave ainda mais nos próximos dias.