As apostas esportivas on-line, com um volume estimado entre R$ 71,3 bilhões e R$ 239,4 bilhões até o fim de 2024, trazem um crescimento significativo à economia brasileira, mas também levantam preocupações sobre os impactos negativos no Produto Interno Bruto (PIB), que pode variar entre 0,6% e 2,1%, segundo análise do Santander. Embora a regulamentação do setor prometa arrecadar entre R$ 3 bilhões e R$ 10 bilhões nos próximos anos, os efeitos adversos sobre o consumo e a saúde financeira da população são alarmantes, especialmente entre as famílias de baixa renda.
Os dados indicam que, com o aumento das apostas, muitos consumidores estão priorizando gastos com jogos em detrimento de itens essenciais, levando a um aumento da inadimplência. Em 2024, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas entraram em situação de inadimplência devido aos jogos on-line, com uma pressão adicional nas classes C, D e E, que frequentemente sacrificam compras básicas como alimentação e vestuário. Os setores mais vulneráveis incluem varejo e bens de consumo, que já sentem os efeitos negativos das apostas, especialmente em regiões com alta concentração de beneficiários de programas sociais.
Além dos problemas financeiros, a saúde mental da população pode ser impactada, com um aumento na demanda por tratamento devido à dependência do jogo. A pesquisa indica que 35% dos entrevistados não iniciaram cursos superiores por conta dos gastos com apostas, o que pode ter consequências de longo prazo para o desenvolvimento educacional. Assim, enquanto a regulamentação do jogo pode trazer benefícios fiscais, é fundamental monitorar os efeitos sobre o consumo e o bem-estar financeiro da população.