O apagão que afetou mais de 2 milhões de endereços em São Paulo após uma tempestade trouxe à tona a discussão sobre o enterramento da fiação elétrica na capital. Especialistas indicam que essa solução pode ser eficaz para evitar blecautes em condições climáticas adversas, como ventos fortes e chuvas intensas. Embora a medida tenha o apoio de moradores, enfrenta obstáculos significativos, como os altos custos e os desafios logísticos envolvidos em sua implementação.
Em menos de um ano, a cidade sofreu novamente com a falta de energia elétrica, impactando moradores e comerciantes de diversas regiões. De acordo com a Enel, cerca de 900 mil unidades consumidoras estavam sem energia no último boletim, representando 11% dos usuários da capital. O episódio de novembro do ano passado, também causado por chuvas, afetou mais de 2 milhões de clientes e levou quase uma semana para ser resolvido, evidenciando a vulnerabilidade do sistema elétrico em situações de intempéries.
O enterramento dos fios poderia mitigar os danos causados por eventos climáticos, além de reduzir furtos e acidentes relacionados a quedas de árvores e postes. No entanto, a Prefeitura estima que a implementação dessa medida na região central exigiria um investimento de R$ 20 bilhões, e não há um consenso sobre quem deveria arcar com esses custos. A falta de uma solução rápida e coletiva para o problema da energia elétrica continua sendo um desafio para a cidade, especialmente em um cenário de frequentes apagões.