O analista de internacional Lourival Sant’Anna criticou a postura do governo brasileiro frente à Venezuela, ressaltando as inconsistências na política externa do país. Durante uma análise recente, ele mencionou o desgaste nas relações entre o presidente e o governo venezuelano, sublinhando as dificuldades enfrentadas por um dos principais assessores do presidente em situações de conflito, tanto no Oriente Médio quanto na América Latina.
Sant’Anna destacou a falta de um posicionamento claro do Brasil em relação às eleições venezuelanas, onde a oposição e a mídia brasileira conseguiram evidenciar fraudes eleitorais. O analista apontou que, embora o presidente brasileiro não tenha reconhecido a legitimidade das eleições, também evitou condená-las abertamente, criando uma situação diplomática delicada. Essa hesitação revela uma incoerência na política externa do Brasil, que mantém relações com outros países considerados ditatoriais, como Cuba e Irã, enquanto hesita em reconhecer o governo da Venezuela.
Por fim, Sant’Anna concordou com a posição de Maduro em dois aspectos: a ingerência em assuntos internos e a falta de coerência nas relações internacionais do Brasil. A análise sugere que a postura brasileira poderia ser mais assertiva e coerente, especialmente em um contexto onde a separação de poderes, um princípio fundamental em democracias, não existe na Venezuela há muitos anos. Essa reflexão abre espaço para um debate mais amplo sobre a eficácia da diplomacia brasileira em um cenário global complexo.