O grupo dos Brics anunciou a inclusão de 13 novos países como Estados parceiros durante a cúpula em Kazan, na Rússia. Contudo, a escolha desses novos membros gerou questionamentos sobre a capacidade deles de contribuir para uma governança global mais inclusiva e sustentável. Entre os países escolhidos estão Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda, muitos dos quais são vistos como regimes autoritários ou com sérios problemas de governança.
O analista de Internacional Lourival Sant’Anna critica a inclusão desses países, apontando a ausência de democracias liberais e a predominância de regimes problemáticos, como ditaduras de partido único e ditaduras pessoais. Ele destaca que a falta de transparência, participação e racionalidade em seus sistemas de governança impede que essas nações sejam vistas como contribuintes viáveis para uma governança global mais robusta. Além disso, menciona que países como Nigéria e Uganda enfrentam desafios sérios relacionados à corrupção e à alternância de poder.
A expansão dos Brics levanta questões sobre as verdadeiras intenções por trás dessa inclusão. Sant’Anna sugere que os interesses estratégicos da China podem ser uma motivação mais significativa do que uma autêntica busca por uma melhor governança global. Ele questiona se essa expansão não seria uma tentativa de aumentar a influência da China em regiões específicas, permitindo que o país arbitre conflitos locais e amplie seu poder político, militar e econômico no cenário global.