O surubim doce, um peixe que pode atingir até 1,20 metro e pesar 22 quilos, enfrenta sérios riscos de extinção, principalmente devido à degradação de seu habitat natural. As dragas de mineração são apontadas como uma das principais ameaças, causando o assoreamento do Rio Doce e a perda de vegetação ciliar, além de liberar contaminantes na água. Atualmente, a espécie é encontrada em apenas três trechos do rio: Rio Piranga, Rio Santo Antônio e Rio Manhuaçu, onde as características do ambiente são cruciais para sua sobrevivência.
Para combater essa ameaça, um projeto de reprodução em cativeiro foi iniciado, com a transferência de exemplares de surubim doce para o aquário do Zoológico de Belo Horizonte. O objetivo é aumentar a população da espécie e, posteriormente, reintroduzi-la no rio. No momento, existem três peixes no zoológico, e os biólogos destacam que a criação de um plantel geneticamente diversificado é fundamental para o sucesso da reprodução em cativeiro.
Pesquisadores têm tentado contatar autoridades locais para abordar a questão da mineração, mas não receberam retorno. A degradação ambiental contínua compromete não apenas o surubim doce, mas também todo o ecossistema do Rio Doce. A necessidade de ações efetivas e uma maior conscientização sobre a preservação dessa espécie emblemática é urgente para garantir sua sobrevivência a longo prazo.