O Pará se destaca como o estado mais pardo do Brasil, com 70% de sua população se identificando dessa forma. O diálogo sobre as culturas cabocla, afro e indígena é considerado essencial para promover pautas ambientais e sociais na Amazônia. Em contraste com essa realidade, apenas 1% dos paraenses se autodeclara indígena e 9% negra, revelando a complexidade das identidades raciais na região. Pesquisadores, como a antropóloga Telma de Sousa Bemerguy, enfatizam a necessidade de abordar o apagamento da presença negra e as violências enfrentadas por populações indígenas, promovendo uma reflexão sobre racismo e inclusão social.
O Circuito Areté – Tempo de Festa surge como uma iniciativa para valorizar a cultura cabocla e as identidades brasileiras, promovendo debates em escolas e comunidades sobre a herança cultural indígena e afro-brasileira. Com uma programação que inclui apresentações artísticas e debates liderados por caciques e educadores indígenas, o circuito visa fortalecer a memória dos povos originários e fomentar a produção de conhecimento ancestral. O apoio de instituições, como a Petrobras, é visto como fundamental para a promoção da cultura e do desenvolvimento sustentável na região.
Em um contexto de crise climática, o Circuito Areté, que ocorrerá em Belém de 24 a 27 de outubro, busca conectar coletivos artísticos e comunidades tradicionais em uma abordagem sustentável e não-predatória em relação à natureza. As culturas indígenas e os movimentos ancestrais são apresentados como essenciais para a defesa do meio ambiente, enfatizando a importância da presença indígena em discussões globais, como a COP 30, a ser realizada em Belém em 2025.