O primeiro turno das eleições municipais de 2024 no Brasil foi considerado bem-sucedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com quase 123 milhões de votos registrados em 5.569 municípios. No entanto, a abstenção alcançou números preocupantes, com mais de 33 milhões de brasileiros não comparecendo às urnas, a segunda maior taxa em eleições municipais, apenas superada pela registrada em 2020, durante a pandemia de Covid-19. As capitais mais afetadas foram São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, onde a abstenção ultrapassou a média nacional, levantando questionamentos sobre as causas desse fenômeno.
Além das altas taxas de abstenção, o TSE também se deparou com um aumento significativo na apreensão de dinheiro em espécie, indicando possíveis tentativas de compra de votos. Desde o início das campanhas de 2024, quase R$ 22 milhões foram apreendidos, um valor consideravelmente maior do que os R$ 1,5 milhão confiscados nas eleições anteriores. A Polícia Federal revelou a apreensão de R$ 5 milhões em um episódio próximo à votação em Castanhal, no Pará, o que levou à necessidade de medidas de controle mais rígidas sobre saques em dinheiro durante o período eleitoral.
No dia das eleições, 515 pessoas foram detidas, incluindo candidatos, por práticas como tentativa de compra de votos e propaganda irregular. O diretor-geral da Polícia Federal destacou a urgência de implementar um controle mais rigoroso sobre transações financeiras nas vésperas das eleições, enfatizando que não é aceitável que grandes quantias em dinheiro sejam sacadas e circuladas sem a devida fiscalização. A discussão sobre essas questões sugere um ambiente eleitoral que exige atenção e ação para garantir a integridade do processo democrático no Brasil.