A escassez de azeitonas na Europa, provocada por uma intensa seca nos últimos anos, resultou em um aumento significativo nos preços do azeite no Brasil, tornando-o um produto de luxo. Apesar de uma leve recuperação na colheita de azeitonas na Europa em 2023, os benefícios dessa recuperação podem levar tempo para se refletir em preços mais baixos no mercado brasileiro. O Brasil, que possui uma produção interna muito reduzida, depende fortemente das importações, principalmente de Portugal e Espanha, que respondem por 58% das importações do azeite.
A produção de azeite na Espanha, que é a maior do mundo, caiu drasticamente de 1,5 milhão de toneladas em 2021/22 para cerca de 600 mil toneladas em 2022/23. Para a safra 2024/25, espera-se uma leve recuperação, mas as incertezas climáticas e problemas de manejo das oliveiras podem comprometer essa expectativa. Enquanto isso, a pressão nos preços pode continuar, dificultando a acessibilidade do produto ao consumidor brasileiro.
Para reduzir a dependência externa, especialistas sugerem que o Brasil invista em expansão da plantação de oliveiras, que atualmente ocupa apenas 7 mil hectares, em comparação com a necessidade de 1 milhão de hectares para a autossuficiência. Além disso, os consumidores devem ter cautela ao buscar ofertas de azeite, evitando preços muito abaixo da média do mercado e compras a granel para não serem vítimas de fraudes.