A seca severa na Europa resultou em uma queda significativa na produção de azeitonas, elevando drasticamente os preços do azeite de oliva no Brasil. O país, que possui uma produção interna muito limitada, depende principalmente das importações de Portugal e Espanha, que representam 58% do total. A produção de azeite na Espanha, a maior do mundo, caiu 60% entre as safras de 2021/22 e 2022/23, passando de 1,5 milhão para 600 mil toneladas. Apesar de uma leve recuperação prevista para a safra de 2023/24, a alta de preços no Brasil, que alcançou 50% em junho de 2023, ainda persiste, com garrafas de 500 ml custando mais de R$ 40.
As expectativas para uma eventual queda nos preços do azeite no Brasil são moderadas, com previsões sugerindo que isso poderá ocorrer apenas a partir de 2025, quando a produção na Europa deve aumentar em 32% em relação ao ano anterior, totalizando 2 milhões de toneladas. Especialistas apontam que o clima favorável na Espanha, com chuvas adequadas, pode beneficiar os olivais. Entretanto, incertezas climáticas e questões relacionadas ao manejo agrícola podem ameaçar essa recuperação, como a plantação de oliveiras próxima a cursos d’água, que compromete o equilíbrio ambiental.
Além de enfrentar os altos preços, o Brasil também se vê diante da necessidade de reduzir sua dependência externa de azeite. Com apenas 7 mil hectares de oliveiras plantadas, o país precisaria aumentar significativamente sua produção para alcançar a autossuficiência. Especialistas sugerem investimentos no cultivo e processamento de azeite, especialmente no Rio Grande do Sul, onde há potencial para expandir as plantações. Enquanto isso, os consumidores devem estar atentos a possíveis golpes relacionados a promoções excessivas em supermercados e evitar comprar azeite a granel, a fim de garantir a qualidade do produto.