O novo filme de Pablo Larraín, que completa sua trilogia sobre mulheres poderosas e trágicas, foca na vida de Maria Callas, uma das maiores cantoras líricas do século XX. Situado na fase final de sua vida, o longa apresenta Callas lutando para recuperar sua voz após perder o prestígio nos palcos, enquanto enfrenta os demônios pessoais que a atormentam, incluindo o amor perdido pelo magnata grego Aristóteles Onassis. A narrativa explora sua solidão e o desejo de reconhecimento, utilizando elementos de fantasia para ilustrar a complexidade de suas emoções.
O diretor busca ir além de uma cinebiografia convencional, utilizando recursos líricos que fazem a transição entre a realidade e a fantasia. As lembranças de Callas são intercaladas com imagens operísticas que evocam sua glória passada, criando uma conexão emocional intensa com o público. A personagem é retratada em momentos de vulnerabilidade, destacando sua batalha interna entre o abandono amoroso e a perda de sua voz, questões que dialogam com a melancolia e a nostalgia da sua trajetória.
Além da abordagem centrada na protagonista, o filme apresenta um mosaico de personagens que contribuem para a construção de sua história, como um cineasta que a entrevista e um médico que a aconselha. Essas diferentes perspectivas revelam a genialidade de Callas em meio a uma crise pessoal, proporcionando uma reflexão profunda sobre a efemeridade da fama e os desafios emocionais enfrentados por figuras icônicas. O longa está em cartaz em várias salas de cinema, oferecendo uma oportunidade ao público de se emocionar com a trajetória dessa diva da ópera.