A Gazeta Mercantil, por décadas reconhecida como o principal jornal de economia do Brasil, enfrentou falhas administrativas que culminaram em sua descontinuação em 2009. A obra de Célia de Gouvêa Franco relata, de maneira objetiva e sem adornos, a evolução do jornal, que teve início nos anos 1970 como um boletim especializado, transformando-se em uma publicação abrangente sobre negócios e economia. A narrativa destaca os desafios financeiros enfrentados pelo veículo, incluindo o endividamento e a perda de uma equipe jornalística qualificada, que resultaram na sua lenta decadência.
Os fundadores Herbert Levy e seu filho Luiz Fernando foram fundamentais para a modernização da Gazeta Mercantil, proporcionando os recursos necessários e respeitando a autonomia da equipe editorial. A obra de Franco não só traça a história do jornal, mas também contextualiza os momentos econômicos e políticos do Brasil, especialmente durante a ditadura militar e a transição para o século XXI. Esse cenário fornece uma visão ampla das transformações que o país enfrentou ao longo das décadas, refletindo a importância do jornalismo econômico nesse processo.
Além de ser um relato sobre um veículo de comunicação respeitado, o livro também serve como uma fonte valiosa de dados sobre a formação do Brasil contemporâneo. Célia de Gouvêa Franco, ao compartilhar suas experiências e as histórias de seus colegas, presta uma homenagem ao legado do jornalismo, destacando a relevância da Gazeta Mercantil na disseminação de informações culturais e econômicas. A obra se posiciona como um tributo à memória do falecido jornalista Celso Pinto, ressaltando o compromisso da autora com a qualidade e a veracidade na narrativa jornalística.