O governo brasileiro está atento à situação econômica, social e política da Bolívia, considerando-a uma das principais preocupações no cenário sul-americano. O Itamaraty avalia que, embora a Venezuela tenha sido foco de negociações recentes, questões relacionadas à Bolívia devem ser reavaliadas especialmente em torno do novo mandato presidencial, que se inicia em janeiro de 2025. Nesse contexto, a possibilidade de uma mudança no cenário político boliviano é vista com cautela, uma vez que pode impactar a imigração para o Brasil e acirrar tensões regionais.
Recentemente, o presidente brasileiro fez uma visita à Bolívia, onde se reuniu com seu homólogo, em um momento marcado por tentativas de desestabilização política no país. Durante a visita, foram discutidos temas como a relação conturbada entre o atual presidente e o ex-líder, além da questão da reeleição, refletindo as preocupações sobre a legitimidade das próximas eleições. Lula enfatizou a importância da estabilidade política e o direito à reeleição, buscando promover um diálogo entre os diferentes grupos políticos bolivianos.
No âmbito econômico, a Bolívia enfrenta desafios significativos, como a pressão inflacionária e a necessidade de militarização na fronteira para combater o contrabando de alimentos. A exploração de gás natural, que é crucial para a economia boliviana, também está em declínio, o que gera incertezas em relação a investimentos estrangeiros. O governo boliviano manifesta interesse em estreitar relações comerciais com o Brasil, mas enfrenta resistência, especialmente da Petrobras, devido à falta de garantias legais e ao histórico de conflitos com comunidades locais.