A seca severa que afeta o Amazonas tem gerado custos elevados para o transporte de mercadorias, com valores chegando a R$ 32 mil por contêiner, mais que o dobro do cobrado no ano passado. Essa taxa é aplicada temporariamente por transportadoras que precisam adaptar suas operações devido à redução do nível dos rios, principalmente o Rio Negro, que enfrenta a pior seca em mais de 120 anos. A situação crítica está impactando mais de 800 mil pessoas em todo o estado, forçando a implementação de terminais fluviais em Itacoatiara para facilitar o transporte de produtos a Manaus.
O fenômeno ambiental é resultado da combinação de baixa nos níveis dos rios e queimadas, levando à interdição de áreas públicas, como a Praia da Ponta Negra, em Manaus. As condições críticas de navegabilidade obrigam as empresas a reduzir a capacidade dos navios, resultando em atrasos no transporte de mercadorias e na elevação dos preços dos produtos na capital amazonense. Empresários relatam que a cobrança da taxa começou antes do previsto, agravando a situação econômica.
Diante do cenário alarmante, o Ministério Público do Amazonas abriu uma investigação para apurar possíveis abusos nas cobranças. Enquanto isso, o Rio Negro apresentou um leve aumento após atingir o nível mais baixo registrado desde 1902, mas especialistas alertam que esse fenômeno pode ser temporário. Com a previsão de mais uma seca recorde em 2024, a situação continua sendo monitorada, enquanto a população e os negócios lidam com os efeitos diretos da crise hídrica.