A ideia de revitalização de áreas urbanas decadentes, iniciada nos Estados Unidos há cerca de cinquenta anos, ganhou força ao redor do mundo. Em Baltimore, um programa que permitia a venda de propriedades abandonadas por apenas um dólar visava facilitar o acesso à habitação para pessoas de baixa renda. Judy Aleksalza, uma das compradoras, enfrentou grandes desafios ao reformar sua casa, ressaltando tanto as dificuldades quanto as recompensas de ser proprietária. Apesar de sua transformação bem-sucedida, o programa foi suspenso em 1988, mas gerou interesse em outras cidades, como Liverpool, que também adotou uma abordagem semelhante.
Embora esses projetos tenham atraído muitos compradores, as críticas surgem em relação aos seus resultados. Especialistas apontam que as propriedades muitas vezes são adquiridas por pessoas com condições financeiras para renová-las, o que pode não beneficiar as comunidades marginalizadas como inicialmente pretendido. David Simon, criador de uma famosa série ambientada em Baltimore, argumenta que a revitalização não tem sido equitativa, levantando questões sobre a gentrificação e o deslocamento de residentes de baixa renda. Em Liverpool, mesmo com melhorias, ainda existem problemas de comportamento antissocial e propriedades fechadas não renovadas.
As novas iniciativas em Baltimore visam evitar os erros do passado, focando na inclusão e no desenvolvimento sustentável das comunidades. A Comissária de Habitação de Baltimore reconhece a importância de corrigir políticas habitacionais discriminatórias e garantir que as comunidades possam prosperar. O sucesso dessas reformas não se limita à revitalização física, mas envolve também a construção de uma comunidade mais integrada e acessível para todos os seus moradores, independentemente de sua condição econômica.