No terceiro trimestre de 2024, a Vale atingiu níveis recordes de produção de minério de ferro desde o final de 2018, apesar de enfrentar preços realizados mais baixos. O consenso do mercado projeta um lucro líquido de US$ 1,684 bilhão, com Ebitda de US$ 3,611 bilhões e receita de US$ 9,436 bilhões. Embora a mineradora tenha divulgado dados operacionais que superaram as expectativas, a queda recente nos preços do minério, impactada por incertezas econômicas na China, continua a gerar preocupações entre investidores.
A Vale está prestes a assinar um acordo significativo com autoridades federais e estaduais, relacionado à reparação por um desastre ambiental, que pode totalizar R$ 170 bilhões. Este montante inclui pagamentos já realizados e novas obrigações a serem cumpridas ao longo de 20 anos. Espera-se que o impacto financeiro imediato, principalmente nos primeiros anos, cause pressão sobre a geração de fluxo de caixa livre e a distribuição de dividendos, embora a resolução dessa questão seja vista como uma virada positiva para a empresa.
O fechamento do acordo com as autoridades representa um passo importante para a Vale, pois poderá melhorar o relacionamento com partes interessadas e investidores, que enxergavam o passivo relacionado ao desastre de Mariana como um obstáculo. Com a expectativa de um futuro mais estável e foco nos fundamentos do negócio, a empresa poderá se concentrar na recuperação operacional, mesmo diante das incertezas no mercado de commodities, especialmente em relação à demanda chinesa e aos preços do minério de ferro.