A pedagoga Natalie Nassif, que vive em Beirute desde 2014, relata os desafios enfrentados por ela e seus alunos devido ao atual conflito entre o Líbano e Israel. Desde o início da guerra, muitos estudantes têm abandonado os estudos, impactados pelo trauma e pela instabilidade emocional gerados pelos bombardeios e pela perda de entes queridos. A situação é agravada pela dificuldade de deixar o país, com voos comerciais lotados e um processo de repatriação em andamento para os brasileiros.
Natalie compartilha que, apesar de não estar em uma área de risco extremo, a constante presença de explosões e a atividade militar geram um clima de ansiedade e medo. Em meio a esse contexto, a comunidade brasileira se une por meio de grupos de WhatsApp, oferecendo apoio emocional e compartilhando informações, o que se torna uma importante rede de suporte durante momentos de incerteza. A pedagoga enfatiza a importância da conexão comunitária em tempos de crise, destacando que muitos brasileiros se sentem assustados, mas ainda buscam formas de se apoiar mutuamente.
Com mais de mil mortos e milhares de feridos em apenas duas semanas de conflito, o cenário no Líbano é alarmante. Natalie expressa o desejo de que a paz retorne ao país, ressaltando que a guerra traz sofrimento para todos os lados. A difícil decisão entre permanecer em um lugar que oferece um senso de comunidade e segurança ou buscar refúgio em outro local é um dilema enfrentado por muitos, refletindo a complexidade da experiência de viver em um país em guerra.