As armas de plástico com munição de gel estão se tornando cada vez mais populares entre crianças e adolescentes no Brasil, principalmente nas periferias. Essas armas, que imitam armas de fogo, atraem jovens a participarem de batalhas simuladas, impulsionadas por influenciadores digitais. Apesar da diversão que proporcionam, essas armas não são consideradas brinquedos e são destinadas a adultos, o que levanta preocupações sobre a segurança e o uso por menores de idade. O coordenador do Inmetro, Marcelo Monteiro, alerta que o uso inadequado dessas armas pode resultar em lesões graves, incluindo a possibilidade de cegueira.
Além dos riscos físicos, a prática das batalhas de gel gera inquietações sobre a segurança pública. Situações em que grupos de jovens brincam em espaços públicos podem confundir cidadãos e autoridades, especialmente em contextos urbanos onde a percepção de risco é alta. A tenente-coronel Cláudia Morais expressa preocupações sobre como a presença de armas de gel pode criar mal-entendidos, levando a incidentes indesejados, especialmente em locais com histórico de violência.
A adaptação da brincadeira em comunidades também merece atenção. Em áreas como a Brasilândia, jovens têm improvisado suas próprias versões de armas com materiais como canos de PVC e grãos de feijão, o que mostra uma dinâmica de criatividade, mas também de risco. Especialistas em segurança pública, como Rafael Alcadipani, destacam que, embora as batalhas possam ser vistas como uma forma de lazer, é crucial que não resultem em danos a terceiros ou desordens, já que ações que perturbem a paz pública podem ter consequências legais.