O fenômeno do “corte seco”, que consiste em crianças de 5 a 12 anos omitindo a última sílaba das palavras, ganhou destaque nas redes sociais, especialmente no TikTok. Essa brincadeira, que reflete a influência de youtubers na linguagem infantil, preocupa mães e educadores, que notam que essa prática pode prejudicar a clareza na comunicação e dificultar a alfabetização. A falta de pronúncia completa das palavras pode afetar a formação de vocabulário e a compreensão textual, criando um ciclo de imitação entre as crianças, mesmo aquelas que não assistem aos vídeos.
Especialistas estão divididos sobre a gravidade da situação. Enquanto alguns consideram o “corte seco” uma brincadeira inofensiva, outros alertam para os riscos de um desenvolvimento cognitivo prejudicado. A excessiva exposição a telas e a imitação de influenciadores digitais podem indicar uma aceleração na forma de comunicar, levando as crianças a desenvolverem hábitos que dificultam a compreensão das nuances da língua portuguesa, como gênero e número.
Para os responsáveis, é importante monitorar o uso da linguagem pelos filhos e estabelecer momentos adequados para brincadeiras linguísticas. Se a criança estiver em fase de alfabetização, é essencial intervir quando necessário, promovendo uma comunicação clara e rica em estímulos. Além disso, deve-se priorizar experiências de comunicação diárias e contação de histórias, diminuindo a influência negativa das redes sociais na formação da linguagem infantil.