O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, destacou a lacuna significativa no financiamento climático, na pobreza e na segurança alimentar durante o Seminário Anual de Bancos Internacionais. Ele enfatizou que os recursos públicos são insuficientes, especialmente diante de orçamentos apertados e desafios como a guerra na Ucrânia. Goldfajn ressaltou a importância da participação do setor privado, não apenas na criação e alocação de riqueza, mas também na realocação de recursos existentes, defendendo a colaboração entre os setores público e privado para atrair investimentos por meio de inovação financeira e estabilidade regulatória.
Goldfajn elogiou a postura independente do Banco Central do Brasil em relação ao Federal Reserve, evidenciando a eficácia dos bancos centrais na gestão das economias em um contexto global polarizado. Essa independência, segundo ele, é essencial para a criação de estabilidade, que é fundamental para o crescimento econômico, a gestão da dívida e o enfrentamento de grandes desafios, como a inclusão financeira e a modernização dos sistemas de pagamento. Ele enfatizou que há um vasto campo de atuação para os bancos centrais que pode ser explorado.
O presidente do BID também observou a crescente polarização política e as tensões globais, que podem impactar o multilateralismo. Apesar disso, a continuidade do diálogo entre bancos centrais sugere uma busca por soluções conjuntas para enfrentar desafios compartilhados. Goldfajn concluiu que parcerias, como a realizada com o Santander, são exemplos de estratégias eficazes para mobilizar recursos privados e superar os desafios atuais, reafirmando a necessidade de um esforço conjunto entre os setores para promover mudanças significativas.