Natalie Nassif, pedagoga de 38 anos e filha de pais libaneses, vive em Beirute e enfrenta os desafios impostos pela guerra entre Líbano e Israel. Desde 2014, ela tem se deslocado entre o Brasil e o Líbano, e atualmente relata que seus alunos estão abandonando os estudos devido ao impacto psicológico da guerra. A situação é agravada pela dificuldade em conseguir voos para o Brasil, onde quase 3 mil brasileiros demonstraram interesse em retornar, em meio a uma missão de repatriação organizada pelo Itamaraty.
Natalie, que havia se mudado para o Brasil em 2020 após a explosão no porto de Beirute e a crise econômica, voltou ao Líbano em 2023 buscando um senso de pertencimento. Porém, desde o início do atual conflito, ela sente ansiedade e medo, mesmo estando relativamente distante das áreas de maior risco. Os bombardeios frequentes geram um clima de terror psicológico, e muitos membros da comunidade brasileira no Líbano se unem para oferecer apoio emocional em meio à incerteza.
Os relatos de seus alunos refletem a dor coletiva da guerra, com muitos deles perdendo amigos e familiares. Natalie observa que o ambiente instável afeta a saúde mental dos estudantes, levando alguns a desistirem dos estudos. Em meio a essa tragédia, ela e sua comunidade esperam por um cessar-fogo e dias de paz, ressaltando que a guerra traz sofrimento a todos os lados e que o desejo por tranquilidade é um sentimento comum entre os civis afetados.