Em outubro, a intenção de consumo das famílias brasileiras sofreu uma queda de 0,6% em comparação a setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 103,2 pontos, marcando a quarta retração consecutiva, embora ainda permaneça na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Este resultado representa o menor nível do ICF desde março deste ano e indica um clima de cautela entre os consumidores.
A CNC destacou que a diminuição da intenção de consumo é resultado de um cenário econômico desafiador, caracterizado pelo aumento da taxa básica de juros (Selic), pela pressão inflacionária e pela restrição de crédito. As famílias de maior renda mostraram-se mais prudentes, especialmente em relação à aquisição de bens duráveis. Economistas preveem que, com a expectativa de novas elevações na Selic, essa tendência de cautela deve se intensificar.
Além disso, a análise dos componentes do ICF revela que houve deterioração em seis dos sete indicadores avaliados. As áreas afetadas incluem emprego atual, renda, nível de consumo, perspectiva profissional, acesso ao crédito e momento para aquisição de bens. Em particular, as famílias com renda superior a 10 salários mínimos mensais registraram uma queda de 1,0% na intenção de consumo, em contraste com uma redução de 0,8% entre aquelas com renda inferior a 10 salários mínimos. Esses dados refletem uma maior insegurança sobre o futuro econômico.