O engenheiro André Rebouças, considerado um dos nomes mais significativos da engenharia brasileira, foi reconhecido oficialmente como herói da pátria. Sua obra vai além de construções como pontes e docas; ele se destacou como um intelectual crítico e abolicionista, que viajou por diferentes sociedades, buscando promover a igualdade racial. Sua recente inclusão no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é vista como um passo importante para a revisão da história brasileira, que historicamente excluiu figuras não brancas.
Rebouças, que nasceu em 1838, teve uma trajetória marcada pela luta contra a escravidão e pelo desenvolvimento de um Brasil mais igualitário. Embora tenha se exilado após a Proclamação da República, sua contribuição foi fundamental para a formação de uma identidade nacional que incluísse os afro-brasileiros. Historiadores defendem que sua homenagem ajuda a corrigir a percepção negativa que se formou ao longo dos anos, muitas vezes associada a sua posição como monarquista e sua saída do país com a família imperial.
O legado de Rebouças vai além de suas realizações na engenharia; ele propôs reformas sociais e econômicas para garantir direitos aos libertos após a abolição. Seus escritos ressaltam a importância da proteção social e da integração econômica dos ex-escravizados, demonstrando uma visão progressista e humanitária para o futuro do Brasil. Sua inclusão no Livro dos Heróis não só reconhece sua contribuição, mas também reafirma a necessidade de incluir na narrativa histórica vozes que antes foram marginalizadas.