A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou a necessidade de garantir que os povos tradicionais tenham acesso a recursos que recompensem a proteção da biodiversidade, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 16) em Cali, Colômbia. Silva defendeu que a exploração dos produtos naturais e dos conhecimentos tradicionais deve ser repartida de forma justa, com a participação efetiva dos povos indígenas e afrodescendentes nas decisões relacionadas ao uso do patrimônio genético. A ministra enfatizou a urgência de um acordo sobre o direito de acesso às informações de sequências digitais, como parte das discussões na conferência.
O financiamento da preservação da biodiversidade se destaca como um dos principais desafios nas negociações atuais, especialmente considerando que aproximadamente 38% das espécies de árvores do mundo estão em risco de extinção devido a práticas como desmatamento e exploração inadequada. A proposta de um Fundo para as Informações de Sequências Digitais (DSI) visa proteger esse patrimônio genético, garantindo que um terço dos recursos seja destinado aos povos indígenas. Além disso, a inclusão de coletivos afrodescendentes na convenção também está em pauta, com o apoio do governo colombiano e brasileiro.
Marina Silva ainda mencionou diversas iniciativas do Brasil voltadas para a conservação, como o Mecanismo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que busca financiar permanentemente os países tropicais que preservam suas florestas. O Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030 e está desenvolvendo o Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa, abrangendo 12 milhões de hectares. A COP da Biodiversidade, estabelecida na ECO-92, continua a atualizar suas metas com o objetivo de reverter a perda de biodiversidade e garantir uma utilização sustentável dos recursos naturais para o benefício global.