A dinâmica dos conselhos administrativos das grandes empresas frequentemente se mostra desatualizada em relação às demandas contemporâneas da sociedade e dos mercados. Profissionais de marketing, que compreendem a jornada do consumidor e a construção de marcas, são fundamentais para o sucesso dos negócios, mas sua presença nos conselhos é escassa. Em contrapartida, observa-se uma predominância de executivos com formação em áreas jurídicas e financeiras, que, embora essenciais, deixam de lado uma visão mais humana e ampla que o marketing pode oferecer. Essa disparidade no perfil dos conselheiros reflete um erro na estruturação das decisões empresariais, focando excessivamente em números e operações financeiras.
Além disso, a presença de especialistas em marketing nos conselhos está diretamente associada ao aumento do retorno para os acionistas, como evidenciado por estudos que mostram que conselhos com pelo menos um especialista em marketing geram um retorno significativamente maior. Esses dados reforçam a ideia de que o marketing não deve ser visto como uma área secundária, mas como um pilar estratégico capaz de influenciar positivamente as métricas empresariais. As empresas precisam reconhecer o valor que essas competências trazem para a tomada de decisão e a construção de marcas que se conectem com um público cada vez mais exigente e digital.
A questão da diversidade de gênero nos conselhos também merece destaque. A presença de mulheres nesses espaços é limitada e, quando existente, muitas vezes se restringe a algumas CEOs que circulam entre diferentes conselhos. É crucial abrir espaço para novas vozes femininas, que tragam experiências e formações diversas, contribuindo para soluções inovadoras para os desafios atuais. A inclusão de perspectivas variadas não apenas enriquece as discussões, mas também garante decisões empresariais mais impactantes e alinhadas com a sociedade, promovendo um futuro mais inclusivo e sustentável.