A ex-mulher do presidente da Câmara, Arthur Lira, protocolou uma petição na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) alegando um histórico de agressões físicas e psicológicas durante a união estável. No documento assinado pela advogada Talitha Camargo da Fonseca, são relatados casos de violência, ameaças e controle financeiro, bem como assédio judicial, todos supostamente cometidos pelo político. A representação inclui boletins de ocorrência, laudos médicos e relatos de testemunhas, além de um parecer do Ministério Público que destaca a ausência de provas em um caso anterior, resultando na absolvição de Lira pelo Supremo Tribunal Federal.
A petição também menciona um episódio grave de agressão ocorrido em 2006, quando a vítima estava separada do acusado. A defesa alega que a influência política de Lira teria sido utilizada para intimidar a mulher e obstruir seu acesso à Justiça. Lins afirma que, apesar de ter solicitado proteção ao Ministério dos Direitos Humanos, não foi incluída em programas de amparo, obrigando-a a viver na clandestinidade.
Em sua denúncia, Julyenne Lins busca o reconhecimento de falhas do Estado brasileiro em oferecer a proteção adequada e pede que a CIDH declare a responsabilidade do governo pelas violações de direitos humanos. Além disso, solicita que o Brasil implemente medidas para fortalecer a proteção a mulheres e demande a indenização no valor de R$ 1 milhão por danos morais e materiais. A CIDH é um órgão autônomo da OEA, responsável pela promoção e proteção dos direitos humanos na América, e o Brasil é signatário da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.