Renhai Wang, um investidor que se mudou para Portugal em 2021 em busca de uma nova vida, ainda aguarda a decisão sobre seu pedido de golden visa, três anos após ter investido € 350.000 em um apartamento em Lisboa. Ele faz parte de um grupo crescente de solicitantes que se vêem presos em um limbo devido ao acúmulo de mais de 400.000 pedidos na Agência para Integração, Migração e Asilo de Portugal (AIMA). O aumento na imigração, impulsionado pela pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, fez a população estrangeira no país dobrar desde 2018, levando a atrasos significativos no processamento de vistos.
Apesar de os pedidos de golden visa representarem apenas uma fração do total, esses atrasos têm prejudicado a imagem de Portugal como um destino atrativo para investidores. O programa, que arrecadou mais de 7 bilhões de euros desde sua criação em 2012, é especialmente popular entre cidadãos de países como China, Brasil e Estados Unidos. De acordo com advogados de imigração, muitos clientes têm tomado medidas legais contra a AIMA para acelerar o processo, com algumas ações resultando em decisões em apenas três meses.
Para mitigar os atrasos, o parlamento português aprovou uma proposta que permite que os requerentes comecem a contar o prazo de residência para cidadania no dia da solicitação, e não quando recebem o cartão de residência. Além disso, o governo formou uma força-tarefa para lidar com os casos pendentes. Entretanto, muitos solicitantes, como Renhai, temem que os pedidos de golden visa sejam despriorizados, o que levanta preocupações sobre a equidade do processo, especialmente para aqueles que investiram significativas quantias financeiras.