No Brasil, a crescente contratação de professores temporários nas redes estaduais tem gerado preocupações quanto à qualidade do ensino e às condições de trabalho desses profissionais. Atualmente, 15 estados apresentam um número maior de docentes temporários em relação aos efetivos, resultando em instabilidade, baixos salários e falta de plano de carreira. Professores como Nelci Pereira, que atuam em várias escolas para garantir uma renda mínima, enfrentam uma realidade de precarização, onde não recebem benefícios e suas experiências não são reconhecidas.
A legislação brasileira estabelece que a contratação de professores deve ocorrer através de concurso público, com planos de carreira garantidos. Entretanto, a necessidade de contenção de custos tem levado as instituições a priorizar contratações temporárias, que representam uma economia imediata, mas que prejudica a formação e o aprendizado dos alunos. A falta de vínculos estáveis e a rotatividade dos docentes comprometem a continuidade da educação, dificultando o estabelecimento de relações significativas entre professores e alunos.
As consequências dessa prática são evidentes nas salas de aula, onde a qualidade do ensino cai devido à falta de tempo para planejamento e preparação adequados. Os professores temporários, que muitas vezes têm que lecionar em diferentes instituições, encontram dificuldades em oferecer um ensino de qualidade e em se aperfeiçoar profissionalmente. Especialistas defendem a necessidade de reformulação das políticas de contratação, sugerindo que a redução do número de temporários e a melhoria das condições de trabalho são essenciais para promover um ambiente educacional mais estável e eficaz.