A primavera marca o início do período reprodutivo das cigarras, que emergem em grande número no Brasil, onde são registradas 183 espécies. O ciclo de vida dessas cigarras varia conforme a espécie, sendo que enquanto algumas na América do Norte, como as do gênero Magicicada, podem passar até 17 anos embaixo da terra, as espécies brasileiras têm ciclos anuais. Elas emergem a cada ano para se reproduzirem, após um período larval que pode durar de 2 a 5 anos.
Mitos populares cercam as cigarras, como a crença de que todas cantam da mesma forma ou que estouram de tanto cantar. Na realidade, cada espécie possui um sinal acústico único, utilizado pelos machos para atrair as fêmeas, e o canto alto, que pode chegar a 100 decibéis, é associado à chegada da chuva, já que ocorre durante a primavera, uma época de transição climática. Além disso, as cigarras não se alimentam de folhas, mas sim da seiva das plantas, o que pode torná-las uma praga em cultivos agrícolas, como o café.
As cigarras desempenham um papel ecológico importante, servindo de alimento para diversas espécies de aves e outros animais. A presença desses insetos é tão significativa que algumas aves sincronizam seu período reprodutivo com a época de maior abundância das cigarras, garantindo recursos alimentares para a criação de seus filhotes. Assim, a cigarra se destaca não apenas pelo seu canto característico, mas também por seu papel essencial nos ecossistemas brasileiros.