Entre 1982 e 1997, o jogo do bicho se consolidou como uma das práticas ilícitas mais lucrativas do Rio de Janeiro, originando-se como uma brincadeira no Jardim Zoológico. Essa atividade se institucionalizou na cultura carioca e, por quase duas décadas, funcionou de maneira organizada, sob a liderança de figuras-chave que formaram uma cúpula que disciplinou as operações do jogo. Contudo, a morte de um herdeiro em 2004 desencadeou uma onda de violência e disputas pelo controle, marcando o início de uma era de conflitos entre diferentes facções.
As famílias que se destacaram nesse cenário, como os Garcia, Andrade e Escafura, vivenciaram uma série de assassinatos e disputas internas que se intensificaram ao longo dos anos. A morte de líderes, como um dos principais herdeiros, levou a confrontos violentos entre familiares e aliados, refletindo a fragilidade e os riscos associados a essa prática. As rivalidades se agravaram com o passar do tempo, resultando em um ciclo de vinganças e mortes que afetou não apenas os envolvidos, mas também comunidades inteiras.
Atualmente, a situação do jogo do bicho no Rio é marcada por uma complexa teia de relações familiares e interesses econômicos, onde a luta pelo poder continua a ser uma constante. Apesar das operações do Ministério Público e das investigações sobre essas atividades, o legado do jogo do bicho e suas repercussões sociais permanecem como um capítulo significativo da história carioca. A prática, que se desenvolveu de maneira clandestina, ilustra não apenas os desafios enfrentados pelas autoridades, mas também as profundas raízes culturais que essa atividade possui na cidade.