O Brics, formado em 2009 com Brasil, Rússia, Índia e China, ampliou sua composição em 2010 com a inclusão da África do Sul, e mais recentemente com a adesão de países como Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. Essa expansão reflete o crescente protagonismo geopolítico de seus membros, especialmente Rússia e China, que têm buscado um papel mais relevante em um mundo que se afasta da unipolaridade dominada pelos Estados Unidos. A nova configuração global aponta para uma ordem multipolar, impulsionada pelas economias emergentes do bloco.
A Rússia, após a queda do comunismo, se consolidou como uma potência no setor de energia e commodities, conseguindo resistir a sanções econômicas dos EUA, em parte devido ao comércio com a China. Por outro lado, a China manteve seu regime comunista, ao mesmo tempo que se tornou uma potência econômica ao abrir seu mercado para investimentos estrangeiros. Ambas as nações têm um interesse estratégico na adesão de novos países ao Brics, buscando contrabalançar a influência norte-americana tanto no âmbito econômico quanto no geopolítico.
A preocupação dos Estados Unidos com a ascensão do Brics é evidente, especialmente em relação ao uso do dólar como moeda global. O ex-presidente Donald Trump expressou que a perda dessa hegemonia financeira poderia enfraquecer a economia americana, dificultando o financiamento da dívida do país. A situação demanda que o próximo presidente dos EUA tenha habilidades estratégicas e de negociação robustas, dado o cenário desafiador imposto pela ascensão das economias emergentes.