O deputado Otoni de Paula, ao participar de um evento no Palácio do Planalto, reforçou a intenção do governo Lula de se aproximar da bancada evangélica, um grupo que, atualmente, se encontra dividido em relação à relação com o presidente. A saída de Otoni do grupo de WhatsApp dos parlamentares da oposição, após sua declaração de apoio a Lula, refletiu o desconforto de alguns colegas em relação à sua postura. Ele argumentou que a igreja não pertence a nenhuma das correntes políticas, gerando reações negativas entre os opositores.
Apesar dos esforços do governo para fortalecer laços com os evangélicos, a ala que se alinha com o ex-presidente Jair Bolsonaro considera as ações de Otoni isoladas. Eles afirmam que uma aproximação real do governo dependeria de uma defesa clara de pautas conservadoras, como a oposição a drogas e jogos de azar. Em contrapartida, parlamentares evangélicos mais pragmáticos reconhecem a necessidade de diálogo com o governo, embora insistam que ações concretas, e não apenas cerimônias, são fundamentais para restabelecer a força da frente evangélica.
As discussões sobre uma reforma tributária, que inclua demandas como a ampliação da imunidade tributária para as igrejas, emergem como uma possível solução para unir interesses entre o governo e os evangélicos. O cenário político indica que a tentativa de aproximação de Lula se dá em resposta a desafios nas eleições municipais, sugerindo que essa relação pode ser vista como uma estratégia para fortalecer o partido no futuro.