A América Latina aguarda com expectativa as eleições de 5 de novembro nos Estados Unidos, onde os eleitores escolherão entre a continuidade das políticas da vice-presidente Kamala Harris ou um retorno às estratégias do ex-presidente Donald Trump. As decisões relacionadas ao comércio e tarifas, assim como a política monetária, têm o potencial de impactar significativamente as economias da região, especialmente em um contexto de tensões comerciais entre Washington e Pequim. A possibilidade de uma vitória de Trump pode gerar incertezas, afetando moedas e bancos centrais, principalmente no México, que é visto como o país mais vulnerável a um endurecimento das regras comerciais.
Caso Trump seja reeleito, a região pode enfrentar uma intensificação das guerras comerciais, especialmente no setor automotivo, onde exigências de conteúdo local e tarifas sobre veículos importados do México são temas delicados. Por outro lado, a vitória de Kamala Harris poderia significar uma redução das tensões tarifárias e um cenário mais estável para os mercados emergentes, levando a um desempenho econômico mais robusto na América Latina. Especialistas sugerem que, enquanto o México pode sofrer os efeitos adversos de um governo Trump, países sul-americanos, como Chile e Brasil, poderiam ter mais chances de se beneficiar devido à sua menor dependência das remessas dos EUA.
As dinâmicas comerciais podem mudar dependendo do resultado eleitoral. A América do Sul, em particular, tem potencial para explorar novas oportunidades, especialmente no comércio com a China. Em um cenário de retaliação tarifária, a região poderia redirecionar suas exportações para outros mercados, minimizando os impactos negativos das políticas americanas. A retórica em torno das incertezas tarifárias pode não captar completamente a complexidade das interações comerciais na América Latina, que pode se adaptar e até prosperar em meio a desafios externos.