Desde o final de setembro, o dólar se valorizou 4% em relação ao real, levando analistas a reavaliar suas projeções de câmbio para o fim de 2024. Entre os fatores que impulsionam essa pressão, destacam-se a decisão do Federal Reserve de não realizar cortes agressivos nas taxas de juros, a deterioração do cenário fiscal brasileiro e a possível eleição de um candidato que pode adotar políticas econômicas protecionistas. Apesar das incertezas relacionadas aos preços das commodities e ao impacto de medidas econômicas na China, a Western Asset já ajustou suas estimativas, prevendo um dólar a R$ 5,50 até o final do ano.
O descontentamento com a política fiscal brasileira aumentou, especialmente após a proposta de um imposto mínimo para altos rendimentos, o que gerou preocupações entre investidores. Essa situação resultou na desvalorização do real em comparação com outras moedas emergentes, refletindo um sentimento de incerteza e instabilidade no mercado. Economistas alertam que, mesmo com esforços do governo para atender às metas fiscais, o ambiente econômico deverá permanecer conturbado e ruidoso até o final do ano.
Além disso, as recentes declarações sobre tarifas de importação pelo ex-presidente dos Estados Unidos ampliaram as apreensões sobre um possível retorno a uma guerra comercial, o que poderia fortalecer o dólar em nível global. Especialistas acreditam que, caso essa situação se concretize, o real pode sofrer uma depreciação ainda maior do que o inicialmente previsto, devido à percepção de risco associada a moedas emergentes. Com isso, as projeções de câmbio apontam para um viés de alta nas próximas semanas.